Muito antes da internet, dos bilhetes de amor ou das DRs por mensagem, o ser humano já precisava se comunicar. E foi a partir dessa necessidade que surgiu algo extraordinário: a linguagem.
Pesquisadores acreditam que o primeiro idioma do mundo pode ter nascido por volta de 3100 a.C. — um tempo em que escrever significava entalhar símbolos em pedras e a comunicação oral era a tecnologia de ponta da civilização.
Mas afinal, qual teria sido a primeira língua falada pela humanidade? Aqui vai um spoiler: não era o latim, nem o grego, muito menos o inglês.
A resposta pode te surpreender e revelar muito sobre como os povos antigos organizavam o mundo, a cultura e até a fé. Vem conferir.
Qual foi o primeiro idioma do mundo?
Os pesquisadores acreditam que o sumério seja o primeiro idioma do mundo. Foto: Reprodução / Pexels
Desde que o ser humano começou a viver em sociedade, comunicar-se tornou-se vital – e não estamos falando só de gestos ou grunhidos. A linguagem estruturada foi uma das maiores invenções da história.
Mas, mesmo com tanto tempo, identificar o primeiro idioma do mundo é um desafio e tanto.
De qualquer forma, os registros escritos mais antigos, os estudos linguísticos e as conexões entre línguas vivas e mortas ajudam os pesquisadores a montar esse quebra-cabeça ancestral.
E o vencedor é… o sumério?
De acordo com historiadores e linguistas, o sumério, falado na antiga Mesopotâmia (atual Iraque), por volta de 3100 a.C., é considerado o idioma mais antigo de que se tem registro.
Ele aparece em inscrições cuneiformes, gravadas em tábuas de argila — sendo um sistema de escrita tão inovador que influenciou diversas outras culturas.
O sumério também é uma língua isolada, ou seja, não tem ligação comprovada com nenhum outro idioma conhecido. Isso significa que, até hoje, os linguistas não encontraram conexões claras entre o sumério e outras famílias linguísticas.
Além disso, o sumério é uma língua aglutinante, o que significa que suas palavras são formadas pela junção de diferentes morfemas, cada um com um significado específico, criando termos complexos e precisos.
Embora esse idioma tenha deixado de ser falado por volta de 2000 a.C., ele continuou a ser utilizado como língua litúrgica, cerimonial e científica por séculos, especialmente nas tradições acadêmicas da Babilônia e da Assíria.
O vasto acervo de textos sumérios preservados — incluindo hinos, poemas, leis e registros istrativos — oferece uma visão profunda sobre a sociedade, a religião e o pensamento dessa civilização originária.
A invenção da escrita cuneiforme
Para atender às necessidades istrativas e comerciais de suas cidades-estado, os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme, considerada um dos primeiros sistemas de escrita do mundo.
Inicialmente composta por pictogramas, esse modelo evoluiu para símbolos em forma de cunha, gravados em tabuletas de argila com o auxílio de um estilete.
O sistema permitiu o registro de transações comerciais, leis, literatura e eventos históricos, sendo utilizado por mais de três mil anos por diversas culturas da Mesopotâmia.
Outras línguas tão antigas quanto
Além do sumério, há outros idiomas que figuram entre os mais antigos já registrados e, em alguns casos, ainda são falados até hoje. Confira quais são:
- Egípcio antigo: também surgiu por volta de 2600 a.C., com sua escrita hieroglífica complexa. É o ancestral do copta, ainda usado em contextos litúrgicos pela Igreja Copta.
- Acádio: surgiu por volta de 2500 a.C. e era falado na Mesopotâmia. Ao contrário do sumério, o acádio pertence à família semítica, sendo parente distante do árabe e do hebraico.
- Tâmil: língua do sul da Índia, o tâmil tem registros escritos desde 500 a.C., mas acredita-se que tenha surgido muito antes. O mais impressionante? É falado até hoje por milhões de pessoas.
- Sânscrito: embora seus registros mais antigos datem de cerca de 1500 a.C., o sânscrito é um dos pilares das tradições religiosas e literárias da Índia, influenciando muitas línguas do sul da Ásia.
- Língua avéstica: menos conhecida fora dos círculos acadêmicos, a língua avéstica é uma das mais antigas já registradas, tendo um papel fundamental na história religiosa e cultural do Irã. Foi usada para compor os textos sagrados do zoroastrismo, uma das religiões mais antigas do mundo, fundada por Zaratustra, que pode ter vivido entre 1500 e 1000 a.C.
