Ernesto Rafael Guevara de la Serna ou simplesmente Che Guevara nasceu em 14 de junho de 1928 na cidade argentina de Rosário. Ele foi o mais velho dos cinco filhos de Ernesto Guevara y Lynch, falecido em 1997 e Celia de la Serna y Llosa, falecida em 1965.
Sua família era de classe alta. Com formação médica, ele foi um revolucionário em Cuba, quando se uniu a Fidel Castro para derrubar a ditadura do país.
A infância do menino Ernesto
Devido a problemas de asma, aos 4 anos de idade o menino Ernesto se muda para a cidade de Córdoba e depois para Alta Gracia, pois o clima dessas cidades eram mais aconselháveis para este tipo de doença respiratória. Foi em Alto Gracia que a família viveu entre os anos de 1930 e 1943.
Seu problema de saúde o acompanhou por toda a vida. Por alguns anos do ensino básico ele estudou em sua própria casa, sendo ensinado pela sua mãe.
Adolescência e fase adulta
Durante a adolescência ele se familiarizou com livros de Marx, Engels e Lênin, pois faziam parte de sua biblioteca pessoal. Em 1946 sua família se muda para a capital argentina, Buenos Aires. Como forma de tentar amenizar o seu problema de saúde, Ernesto começa a jogar rúgbi em Buenos Aires.
Foi no Club Estudiantes, junto com seu irmão Roberto e seu amigo Alberto Granado, que ele começa a praticar o esporte. Além disso ou por clubes como San Isidro Club, Ypora Rugby Club e Polo Club Atalaya. Isso tudo antes de completar 20 anos. Ele chegou a escrever em 1950 uma coluna em uma revista semanal que falava sobre o esporte.
Durante esse período os negócios da família iam mal, sendo obrigados a vender a plantação de mate que possuíam. Ainda nesse ano ele é convocado para o serviço militar, sendo recusado por inaptidão física, graças ao seu problema com a asma.
Em 1947 ele conhece Berta Gilda Infante, mais conhecida como Tita, uma mulher que fazia parte dos movimentos comunistas argentinos. Com ela, Guevara constrói uma sólida amizade e discutiam entre outras coisas, textos de Marx e a realidade em que viviam.
Pensando em tratar sua própria doença respiratória, ele entra em 1947 para a Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires. Ele se forma em 12 de julho de 1953.
Seus casamentos
Em 14 de fevereiro de 1956 nasce sua primeira filha Hilda Beatriz Guevara Gadea, que veio a falecer em 1995 em decorrência de um câncer. Esta filha foi fruto de seu casamento com Hilda Gadea. Em 1959 ele se separa de Hilda.
Quando já estava envolvido com as guerrilhas, Guevara se casa com Aleida March, com a qual teve quatro filhos: Aleida, Camilo, Celia e Ernesto.
Há ainda um outro filho, Omar Pérez, nascido em 1964, que teria sido proveniente de uma relação de Ernesto com Lidia Rosa López, porém, ele jamais foi reconhecido com filho do revolucionário.
A viagem de moto
Um ano antes de sua formatura na faculdade de medicina, Ernesto e seu grande amigo Alberto Granado se aventuram em uma viagem onde percorreram a Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela. Nessa viagem, que teve duração de 9 meses, eles percorreram 10 mil quilômetros em uma antiga moto Norton 500cc.
Alberto Granado foi amigo de infância de Guevara e era o dono da moto conhecida como “La Poderosa”, na qual os dois viajaram juntos. Essa viagem foi um importante marco de reflexão na vida de Guevara para entender as injustiças sociais que o povo da América Latina sofria.
Durante sua viagem de moto, quando chega a Valparaiso Chili ele começa a escrever um diário, relatando tudo que encontra e abordando o modo de vida daquelas populações pela qual avam. Esse diário foi inclusive tema de filme do diretor brasileiro Walter Salles. O filme foi estrelado pelo mexicano Gael García Bernal, no papel de Che, e pelo argentino Rodrigo de la Serna, no papel de Alberto Granado, que, apesar do mesmo sobrenome de Che Guevara, não é parente dele.
A vida revolucionária
Foi então que em 1954 Guevara vai para o México e acaba se integrando em um dos movimentos revolucionários cubanos que seguiam Fidel Castro. É nesta época que ele recebe o apelido de Che, em virtude de seu sotaque argentino, que muito se utiliza desta expressão.
Quando vai para o México, Ñico López, um amigo, o apresenta a Raúl Castro, que por sua vez lhe apresentaria seu irmão mais velho, Fidel Castro. No início de sua integração na guerrilha, em 1956, ele apenas ocupava um cargo médico.
Guevara fazia parte de um grupo de 72 homens que foram com Fidel Castro para Cuba. Lá sofreram um ataque, quando apenas 12 homens sobreviveram. É neste momento que ocorre a transição do médico para o guerrilheiro.
Em 1958 o ditador cubano Fulgencio Batista é derrubado pelo grupo de Fidel. Com a vitória na revolução e por ter sido o líder da guerrilha, Che Guevara se torna o braço direito de Fidel Castro, ocupando postos como Ministro da Indústria e Presidente do Banco Nacional.
Até este período Cuba tinha laços com os Estados Unidos. Com a chegada de Fidel e Che Guevara ao poder, estes laços são cortados em definitivo e há uma aproximação de Cuba com o bloco comunista. A partir de então ele começa a auxiliar na implantação de guerrilhas em diversos países da América Latina, chegando a visitar o Brasil no ano de 1962.
Em uma de suas missões, ele vai ao Congo, onde levou 120 revolucionários cubanos para guerrear contra a Bélgica, mas acabaram sendo derrotados em 1965, obrigando-os a se retirarem do país.
Em 1966 a Bolívia lutava contra seu governo militar e é para lá que Ernesto vai, com o objetivo de lutar junto com os revolucionários bolivianos.
Em 09 de outubro de 1967 ele é capturado e executado pelo governo boliviano na pequena aldeia de La Higuera. O executor de Che Guevara foi o soldado boliviano Mario Terán, a mando do Coronel Zenteno Anayae. O seu corpo está enterrado em uma praça que leva o seu nome, na cidade de Santa Clara, Cuba.
A importância de sua figura para a história sempre gera polêmica. Enquanto é defendido por alguns por sua luta contra as injustiças sociais e contra a corrupção, outros o consideram um criminoso e responsável por muitos assassinatos.
Che Guevara é símbolo de luta pelos partidos esquerdistas em todo o mundo. Entretanto, ele foi o executor de cerca de 500 pessoas, apenas nos primeiros meses após assumir Cuba, quando foi encarregado da prisão de La Cabaña.
O fato é que sua importância para o mundo foi tamanha que até a revista norte-americana Times o declarou como uma das 100 personalidades mais importantes do século XX.